Ontem tive um sonho onde eu era amiga de uma youtuber que eu acompanho e gosto muito. Estávamos num dia comum, com seu marido, irmão e cunhada. E pareceu bem real porque eu tentava falar com eles em inglês. E ela me corrigia em algumas partes, de forma bem natural.
Mas achei interessante porque eu realmente a admiro. Mas percebi que mesmo estando alí, fazendo parte da vida dela, eu não estava contente. E refletindo um pouco mais, percebi que eu não queria fazer parte da vida dela. Ela me inspira sim, mas isso não é motivo de querer ser como ela e ter o meio social que ela tem. Talvez eu tenha me sentido assim porque parecia que eu era só mais uma, uma coadjuvante. E ela era a principal naquela história. Mas ninguém quer ser coadjuvante na sua própria vida né? Aliás, ninguém merece ser. Todos nós somos os protagonistas das nossas próprias vidas. E é assim que tem que ser. Mas não era como eu me sentia no sonho. Eu percebi que eu queria ter a minha própria vida. Com a família que eu já tenho. Talvez com um lifestyle parecido com o dela. Mas no meu formato, no meu estilo, na minha visão do que é bom pra mim e para as pessoas que eu amo.
Esse sonho é mais uma prova de que cada um tem seu caminho e, por mais inspirador que seja, aquelas pessoas não são você. E isso é ótimo, pois cai aquele peso das nossas costas de querer ser, agir, se vestir e falar como elas.
Ouvi pela primeira vez esse negócio de coadjuvante e protagonista, num filme chamado The Holiday, de 2004. Onde a personagem da Kate Winslet ouve de um sábio roteirista que ela, por algum motivo, estava agindo como uma coadjuvante, onde na verdade ela deveria ser a principal. A protagonista da sua própria vida. Mas ela acreditava que essa era a vida dela. De ficar com os restos. De aceitar o que lhe foi oferecido sem questionar o que era melhor pra ela (ela se importava MUITO com os outros). Claro que em todo filme americano de romance, o desfecho é positivo. Mas a gente percebe uma mudança de comportamento na personagem. Sem essa mudança interna, ela continuaria vivendo como uma eterna coadjuvante. E pior, por opção própria. Porque ela se submeteu a essa posição. Afinal, a inação também é uma ação.
A gente insiste em se aprisionar nos próprios pensamentos e acredita fielmente que a vida tem que ser assim. Ah se a gente não desse bola pro ego, deixasse de tentar ser uma cópia e passasse a ser uma versão original. Seríamos bem mais felizes. Pena que a gente não sabe que isso é possível.
Até a próxima ♥