Comentei na última postagem sobre estar me sentido angustiada e sem vontade de fazer nada. E com isso qualquer probleminha virava uma bola de neve tão grande que parecia que passava por cima de mim e me deixava com hematomas durante vários dias. E antes mesmo de eu conseguir me recuperar, outra avalanche me acertava e me deixava cada vez mais machucada.
E graças à terapia, eu tenho conseguido receber um apoio que antes tinha que vir exclusivamente de mim. É normal a gente se esquecer das coisas e por isso é bom ter alguém de fora pra nos relembrar e dizer às vezes o óbvio: de que essa angústia, esse sentimento de que nada tá bom, que o mundo todo tá vivendo e só você está se desintegrando em farelinhos de tristeza é coisa da nossa cabeça. É como cavar um buraco cada vez mais fundo e se esquecer de como era o sol, o céu, as nuvens e os passarinhos cantando. A gente se esquece de como era ser feliz.
E olha, voltar pra superfície não é fácil. Recolher todos esses farelos pra erguer um castelinho exige muita força de vontade. Não do nosso físico, mas da nossa alma, que já está enfraquecida e cansada de tanto tentar e todas as vezes ser levado pelas ondas do mar. Infelizmente não tem atalhos. Depende da gente encarar todos os dias e dizer pra si mesmo: - esse problema é meu e eu sou a única que posso resolver isso! - Dá medo, dá preguiça, dá vontade de continuar na mesma. Porque é bem mais fácil né zona de conforto? Só que o buraco vai ficando cada vez mais fundo. Até chegar uma hora que talvez seja tarde demais. E essas ações (ou inações) não tenham mais volta.
Depois da sessão com a terapeuta, eu me comprometi comigo mesma a ser uma pessoa que ESCOLHE a positividade. E aí que tá a pegadinha. A gente ouve todo mundo falar pra ser mais positivo. Pra ver as coisas de uma forma positiva. E não é bem isso. Aliás, isso é mentir pra você mesmo. É jogar a poeira pra debaixo do tapete! O que deu certo pra mim foi FOCAR no lado positivo. Coisas ruins inevitavelmente acontecem. Mas eu simplesmente recebo aquilo, resolvo (se for possível) e deixo passar. Como uma brisa. Como um vento que faz o meu cabelo se mexer, mas que não me afeta internamente. Eu não pego uma gripe com apenas um ventinho. Meus órgãos não sentem nada. E a negatividade é isso: apenas um ventinho. Algo que vem e vai a toda hora e que nem sempre dá pra se esconder. Principalmente quando eles são grandes e fazem estragos até para os mais preparados. E talvez nessas horas seja um pouco mais difícil focar nas coisas positivas e até demore mais do que você gostaria pra se recuperar. Mas com força de vontade e talvez com a ajuda de quem te ama, uma hora você consegue catar os farelinhos, montar seu castelo e voltar a sentir a brisa fraquinha fazendo cosquinha na sua nuca.
Até a próxima ♥