Essas últimas semanas nem pareceram reais. Os eventos ocorriam e eu fazia tudo no automático. A gripe consumiu boa parte da pouca energia que eu tinha e sempre que sobrava um tempinho livre eu dormia. Dormia toda capotada de roupas e cobertores. Chegava a passar calor, mas por um medo psicológico de não passar frio e piorar o resfriado, eu ficava embaixo das cobertas. Meu feriado foi completamente improdutivo. Eu só dormia, comia e dormia mais um pouco. Por um lado valeu a pena. No domingo eu já queria sair dançando pela casa. Ah, como é bom ter saúde!


Esses dias estou meio nostálgica e estou ouvindo músicas da minha adolescência. O legal é que acabo descobrindo novos artistas ou covers de outros músicos ou músicos que a gente admira que faz cover de outro artista que a gente nem conhecia ou nem gostava (entendeu?). E sabe, eu gosto de ouvir música, de sentir a música. Acho que tem muita gente que vai entender isso. Tem vezes que a gente está ouvindo uma playlist enquanto navega em alguma página da internet e começa a tocar uma música boa. Não boa, uma música que você precisa parar tudo o que está fazendo pra prestar atenção ~ olha como essa batida é contagiante ~ os solos casam tão bem com os outros instrumentos, a voz meio rouca do cantor que foi feita pra essa música. E quando você menos percebe a música acabou e já está tocando outra nem tão boa assim e você sente aquele calafrio. Pois é, isso se chama sentir a música. A música é muito mais do que um background. Ela pode e muitas vezes DEVE ser a sua tarefa principal. Tenta pegar umas músicas que você gosta, deitar na cama e escutá-la com os olhos fechados. Garanto que você terá muitos calafrios! Ah essa música aí de cima é do Matchbox Twenty que eu nem gostava tanto e agora estou viciada!


Agora você pode estar se perguntado - Claudinha, mas e o violão? E as composições? - Bem amigos da rede globo, cá estás uma perdedora. Uma loser que descobriu seu fracasso. Sim, é como me sinto em relação a música. Eu estava firme e forte, treinando, escrevendo, tocando e cantando feito uma gralha e a coisa não melhorava. Eu sentia que me esforçava e não tinha resultado nenhum. Enquanto uns tocavam bem ao longo de três ou quatro anos, eu, que seguia esse caminho há cerca de quatorze anos (sim 14 anos!), ainda estava engatinhando. Decidi que vou dar um tempo na música. Talvez eu volte um dia, o futuro é incerto. Mas tem horas que o melhor caminho é aceitar que você não serve para aquilo.


Conheci recentemente um canal no youtube de um cara que faz umas viagens muito loucas. É muito inspirador os vídeos que ele produz. Dá vontade de ser como ele, mas depois que o vídeo acaba eu logo penso que nunca teria coragem de pular de uma ponte, acampar na África perto dos elefantes e leões, andar de moto e surfar naquelas ondas gigantes. Eu sou muito medrosa pra isso e tá tudo bem. Se eu fizer uma trilhazinha logo ali já fico feliz. E isso me leva a conclusão de que: cada um é cada um e mesmo que a outra pessoa faça coisas inspiradoras que você admira, não quer dizer que você precise seguir os mesmos passos pra ser feliz.

Pra quem quiser papear:

• Quais profissões você acha inspirador mas que provavelmente nunca exerceria?
• Como foi a sua semana? O que fez de legal? Conheceu algum lugar diferente?