Não faz muito tempo que comprei um caderninho pra chamar de journal e fazer colagens estéticas. Mas nesse pouco tempo, o art journal foi um grande escape para os meus dias de raiva e ansiedade. Tinha uma época em que todas as noites depois do trabalho, eu ligava uma playlist meio deprê, acendia as luzinhas amareladas do meu quarto, acendia uma vela com cheirinho de baunilha e me sentava pra criar uma página que demonstrasse meus sentimentos. Não era só journaling em si, mas todo o ambiente que eu criei, me ajudava a fugir do meu mundo real, que estava se desmoronando.


Hoje já não é algo tão frequente. Mas sempre que sinto que preciso "fugir" ou até quando me sinto inspirada, eu volto a sentar na escrivaninha do meu quarto e crio uma página do journal. Fazendo colagens e composições que eu me identifico. Mexendo com diferentes materiais, texturas e fazendo experimentos.

O que eu mais gosto do art journal é que é um diário visual. Não tem muita escrita, mas consegue te passar uma sensação. O que você quiser passar. Pra mim, normalmente é o que eu sinto naquele momento. É algo, que se ver bem, é muito pessoal. Mas que por não ser direto como um diário escrito, muitas vezes passa despercebido aos olhos de quem vê. Mas não deixa de ser pessoal. Com datas, marcações sobre o dia e pedaços de materiais físicos para lembrar de acontecimentos do meu cotidiano.


Recomendo pra todo mundo essa atividade. Não é nada produtivo e aparentemente inútil. Mas pode te fazer um bem danado! E olha, não precisa começar comprando tudo o que ver na papelaria. É tentador, eu sei. Mas comece com o que você tiver (foi o que eu fiz). Use sua caneta bic, sua lapiseira, um caderno que está jogado no canto da estante. Cate uns jornais velhos e use sua imaginação pra transformar tudo isso em algo esteticamente agradável aos seus olhos, ou ao menos a sua alma.

Tomei coragem e gravei um vídeo mostrando meu processo criativo em uma página. E como vocês podem ver, não precisa ficar nada muito glamouroso: