Não seja um coadjuvante

Por - outubro 29, 2018
Não seja um coadjuvante

Ontem tive um sonho onde eu era amiga de uma youtuber que eu acompanho e gosto muito. Estávamos num dia comum, com seu marido, irmão e cunhada. E pareceu bem real porque eu tentava falar com eles em inglês. E ela me corrigia em algumas partes, de forma bem natural.

Mas achei interessante porque eu realmente a admiro. Mas percebi que mesmo estando alí, fazendo parte da vida dela, eu não estava contente. E refletindo um pouco mais, percebi que eu não queria fazer parte da vida dela. Ela me inspira sim, mas isso não é motivo de querer ser como ela e ter o meio social que ela tem. Talvez eu tenha me sentido assim porque parecia que eu era só mais uma, uma coadjuvante. E ela era a principal naquela história. Mas ninguém quer ser coadjuvante na sua própria vida né? Aliás, ninguém merece ser. Todos nós somos os protagonistas das nossas próprias vidas. E é assim que tem que ser. Mas não era como eu me sentia no sonho. Eu percebi que eu queria ter a minha própria vida. Com a família que eu já tenho. Talvez com um lifestyle parecido com o dela. Mas no meu formato, no meu estilo, na minha visão do que é bom pra mim e para as pessoas que eu amo.

Esse sonho é mais uma prova de que cada um tem seu caminho e, por mais inspirador que seja, aquelas pessoas não são você. E isso é ótimo, pois cai aquele peso das nossas costas de querer ser, agir, se vestir e falar como elas.

Ouvi pela primeira vez esse negócio de coadjuvante e protagonista, num filme chamado The Holiday, de 2004. Onde a personagem da Kate Winslet ouve de um sábio roteirista que ela, por algum motivo, estava agindo como uma coadjuvante, onde na verdade ela deveria ser a principal. A protagonista da sua própria vida. Mas ela acreditava que essa era a vida dela. De ficar com os restos. De aceitar o que lhe foi oferecido sem questionar o que era melhor pra ela (ela se importava MUITO com os outros). Claro que em todo filme americano de romance, o desfecho é positivo. Mas a gente percebe uma mudança de comportamento na personagem. Sem essa mudança interna, ela continuaria vivendo como uma eterna coadjuvante. E pior, por opção própria. Porque ela se submeteu a essa posição. Afinal, a inação também é uma ação.

A gente insiste em se aprisionar nos próprios pensamentos e acredita fielmente que a vida tem que ser assim. Ah se a gente não desse bola pro ego, deixasse de tentar ser uma cópia e passasse a ser uma versão original. Seríamos bem mais felizes. Pena que a gente não sabe que isso é possível.

Até a próxima ♥

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16 comentários

  1. "... cada um tem seu caminho e, por mais inspirador que seja, aquelas pessoas não são você" é bem isso!!
    Muitas vezes já quis ter a vida de outra pessoa, mas mesmo se tivesse seria diferente, porque seria a minha maneira.
    É interessante pensar nisso de protagonista e coadjuvante porque nem sempre pensamos nisso, eu pelo menos lendo esse seu post percebo que tem vezes que acabo me deixando ser coadjuvante da minha própria vida e isso não é legal.
    Adoro esses seus textos reflexivos.

    https://heyimwiththeband.blogspot.com/

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    1. Ah que legal Val! Espero que esse texto tenha te acrescentando um pouquinho, e que você consiga tirar algo de bom desse assunto.

      Obrigada por sempre passar por aqui e deixar um recadinho fofo ♥

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  2. Que reflexão maravilhosa Claudia. Não poderia concordar mais. Ninguém quer ser coadjuvante da sua própria vida, né? O negócio é encontrar o equilíbrio certo entre esse nosso protagonismo e os demais papéis importantes de outras pessoas nas nossas vidas. <3

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    1. Com certeza Ca, falou tudo! É importante ter equilíbrio mesmo. Não adianta se sentir a estrela e achar que o mundo gira todo a sua volta.

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  3. Minha psicóloga conversa bastante comigo sobre isso: sobre em diversos momentos eu me rotular de um jeito, de eu me colocar numa caixa de insegurança e achar que eu sou aquela pessoa. De eu achar que sempre serei uma segunda opção, que eu mereço qualquer coisa, e isso é o oposto de tantos lemas que eu sigo na minha vida. Eu nunca tinha parado pra pensar nisso, e bate muito com a ideia de acharmos que somos um coadjuvante. De se contentar com essa posição, achando que é a NOSSA. Mas não é. E é preciso coragem pra sair dela.

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    1. Muitas vezes é coisa da nossa cabeça. Mas acho bom olhar com uma atenção especial os nossos relacionamentos, pois tem gente que só se importa consigo mesmo a ponto de ignorar qualquer outra coisa. Acho que aí não é legal. Como a Cá comentou acima, é preciso encontrar um equilíbrio.

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  4. Que sonho inspirador mana!
    Meus sonhos são sempre loucos e sem noção, a maioria com tsunamis ÓÓ... enfim, massa você ter tirado essa reflexão.
    E cara, super entendo isso, de uns tempos pra cá lendo artigos e posts por aí, veio muito desse tema sobre protagonismo, isso formou a mulher sou e a que estou batalhando para construir, é um processo, mas muito libertador!
    Já vou anotar aqui esse filme pra assistir.


    xero
    https://leayasnaya.blogspot.com/

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    1. É isso mesmo! É um processo, mas que a cada conquista, dá uma sensação de liberdade tão boa!

      Puxa, espero que seus sonhos melhorem Léa. Sweet dreams ♥

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  5. Ai, eu não sei nem dizer o queanto esse post é incrível. Amei cada palavra!
    Beijos!
    A Menina da Janela

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  6. Que reflexão maravilhosa Claudia.
    Não podemos mesmo ser e agir como coadjuvantes sempre em nossa própria vida.

    Beijinhos :)
    Bru Santos ❤
    Veja lá no blog: Planner 2019 para baixar Gratuito
    www.queseame.com

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  7. Nossa, eu sou APAIXONADA por esse filme e assisti de novo esse mês. Eu vejo dublado porque a primeira vez que assisti foi na sessão da tarde e eu era criança hahaha, sempre choro com esse filme, meu deus. E essa frase é super certa!

    Com amor, ♥ Bruna Morgan

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  8. Amei seu texto <3
    é bom se preocupar com os outros mas a gente nunca pode esquecer de se colocar em primeiro lugar, né?

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    1. Que bom Ana, espero que tenha te ajudado de alguma forma!

      É sim, às vezes a gente esquece disso...

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